Quando eu li o primeiro número de “A torre negra” eu não consegui fazer um review. Por que? Bem, porque eu fiquei confuso. Os personagens me eram completamente estranhos e novos, diferentemente das HQ´s de Super-Heróis que estou acostumado a ler, diferente até mesmo das com conteúdo mais adulto, como as da Vertigo, Wildstorm, etc.
Depois de ler essa segunda edição, esse estranhamento diminui bastante. Passamos a conhecer melhor os personagens, seus passados e seus objetivos, e isso torna a leitura mais prazerosa. Nesta segunda edição temos uma maior participação do pai de Roland, o que torna mais interessante a trama.
Ao final do primeiro número tive a sensação de que a HQ ia se focar muito em Roland, mas não é bem assim. Os outros personagens, sejam os heróis ou os vilões, tem bastante destaque e profundidade. Os diálogos são ótimos e a maneira que o narrador vai conduzindo a estória é envolvente. Hora ele parece um contador de estórias, ora parece um amigo que está conversando com você numa mesa de bar a respeito de algo que foi á muito tempo esquecido.
A trama é complexa, o que te deixa instigado a ler o próximo número e desvendar mais segredos sobre os personagens, mas ao mesmo tempo pode ter afastado alguns leitores que ficaram um tanto zonzos com a mistura de western com magia e múltiplas terras, a lá Crise nas Infinitas Terras (diabos, essa HQ tinha que fazer parte do UDC, cairia como uma luva!).
Confesso que além do UDC também senti que A Torre Negra teve um pouco de influência do universo de Tolkien. O apêndice no final da edição com “a geografia do mundo médio”, com direito a mapas me remeteu diretamente ao livro do Senhor dos Anéis. Esse apêndice no final me deu a sensação, e deve ter sido essa mesma a intenção, de estar lendo um livro ilustrado.
Aliás, maravilhosamente ilustrado. A arte da dupla Jae Lee e Richard Isanove é incrível, a anatomia dos personagens não sofre do mal das HQ´s de super-heróis DC/Marvel, com personagens não fortes mas “bombados” (vide Ed Benes na LJA). Os efeitos de luz também estão excelentes. Além de um show para os olhos, eles conseguem expressar muito bem o que o roteiro está passando. Enfim, procurei algum defeito na arte, qualquer um mesmo, mas não consegui achar!
O pai de Roland fazendo o filho se lembrar do seu rosto!
A Torre Negra #2
Diretor critativo e executivo: Stephen King
Argumentista: Robin Furth
Roteirista: Peter David
Arte: Jae Lee e Richard Isanove
Notas
Roteiro: 8,5
Arte: 10
2 comentários:
Para que já leu os sete grossos livros da série A Torre Negra de Stephen King, esse quadrinho é apenas papel colorido sem graça nenhuma. Tentem ler o livro, vale muito mais a pena. Depois de ler o primeiro, não é mais possível viver ser terminar a saga do pistoleiro Roland Deschain de Gilead!
"esse quadrinho é apenas papel colorido sem graça nenhuma..."
não fale do que você não compreende.
Postar um comentário